A estúpida 'obrigação' de ser voz dissonante
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A estúpida 'obrigação' de ser voz dissonante


Jornalismo-Geni: "Ela é boa de apanhar, ela é boa de cuspir!"


Não sou pelega. Não olho o mundo pelas lentes patronais. Politicamente, continuo insistindo a andar 'às esquerdas' do caminho. Procuro assumir uma postura bastante crítica em relação ao meu objeto de estudo. Por vezes, excessivamente até.

E sempre foi assim, desde que o meu mundo é mundo, muito antes do "tempo de eu menina" (como diria Manuel Bandeira), em que me vi entrevistando trabalhadores no alto de um prédio em construção e descobrindo que, sim, o ofício de repórter havia me fisgado para sempre.

Contudo, o fato de ser drummondianamente gauche na vida não deveria me obrigar a ver tudo com os olhos turvos do enfado. Do descontentamento. Da crítica raivosa e indiscriminada.

Digo isso porque percebo, vez por outra, olharares de desaprovação quando encontro exemplos de bom jornalismo. Quando enxergo além do horizonte determinista. Quando me recuso a apontar um plano maquiavélico da 'mídia e do sistema' como raiz de tudo o que sai, ou deixa de sair, na imprensa.

Naturalmente, na maior parte das vezes - até por necessidade metodológica - eu encontro as manchas, coloco o dedo na ferida, observo, reclamo e discuto os (des)caminhos da profissão. O que eu quero dizer é que, para ter um olhar crítico, não se precisa necessariamente perder o bom senso. Há que se reconhecer o erro. Mas também os acertos.

Sendo assim, gostaria de reivindicar o meu direito de não precisar me regozijar ante desvios jornalísticos. De encontrar e comentar belas peças noticiosas. De não defender que o jornalista é apenas um artífice do 'capital'. De não precisar ser maniqueísta, ora bolas!

De achar que é possível encontrar um entremeio, um lugar em que se dá para realizar, de vez em quando, uma reportagem legítima. Mesmo convivendo com as muitas limitações de uma empresa jornalística, com sanções, censura e constrangimentos. É difícil, muito difícil. Mas não impossível.

Ao menos, concedam-me o direito universal de acreditar!



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