aprendendo a ser óbvio
Jornalismo

aprendendo a ser óbvio


Perdoe-me, mestre Nelson, porque pequei. Caí na obviedade e gostei!


Reparem bem, camaradas. As grandes sacadas, aquelas realmente geniais, geralmente são, partem ou têm a intenção de ser ingênuas e simples obviedades. Nada mais cientificamente belo do que transformar num claríssimo e curto conceito algo de uma complexidade e profusão espantosas. Vide as fórmulas mais conhecidas, ao menos a leigos como a pobre missivista deste outro lado da tela, como a famosérrima e decoradíssima cria que se atribui a Herr Einstein, e=mc2. O cara (ou quem quer que tenha vindo antes) conseguiu materizalizar a relação entre energia e massa em apenas cinco caracteres... É para poucos. Poucos e iluminados. Como Nelson Rodrigues, sentenciando que "só os profetas enxergam o óbvio".

Particularmente, e agora falando da minha seara (jornalismo e academia), me aborrecem demais artigos empolados, chatos e embolorados, que dão mil voltas em torno do próprio umbigo só para destilar palavras pouco usuais e conceitos cabeçóides. Trocentas linhas para comentar o quão azul pode parecer o céu desta noite. Descontando os exageros da minha mente perversa e ranzinza, não é de todo difícil se deparar com textos similares, as senhoras e senhores hão de concordar comigo.

Assim sendo, decidi postar uma obviedade muito legal que eu encontrei num livro já 'antigo' (MEYER, Philip. A ética no jornalismo: um guia para estudantes, profissionais e leitores. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989), mas recheado de conceitos simples, que dizem tanto - e de modo tão redondinho - sobre o fazer jornalístico. Este trechinho (editado) trata do que ele chama de "Código Oculto dos Jornalistas". São apenas cinco itens, mas que parecem resumir boa parte da nossa realidade profissional. Quero ser assim, literariamente econômica, quando crescer.

1) a história originada por outro veículo nunca é tão jornalisticamente valiosa quanto a feita pelo nosso
2) os jornais são escritos para outros jornalistas, não para o leitor em geral
3) evitar admitir diretamente um engano
4) publicar sempre, independentemente do custo (“dormir com matéria é acordar com furo”, comentário meu)
5) máxima: se envolve dinheiro nessa história, provavelmente é ruim (partindo do sofisma: "Repórteres são boas pessoas. Repórteres nunca têm nenhum dinheiro. Portanto, o dinheiro é ruim"



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