Jornalismo
Efeméride do dia: hoje serão destruídas as escutas entre Vara e Sócrates
Embora o “critério jornalístico”, designadamente, aquele que determina o alinhamento dos telejornais - espaço onde, recorde-se, se “fazem” presidentes e líderes, se ganham e perdem eleições -, não encontre grande interesse ou relevância, nesta matéria, fica o excerto de uma notícia do Sol sobre o acórdão do julgamento do processo Face Oculta:
“…No acórdão condenatório decidido por unanimidade, os três juízes descrevem em pormenor tais contactos, abrangendo o então primeiro-ministro, José Sócrates, por parte de Armando Vara. Entre tais contactos incluem-se diversas conversas com Mário Lino, à data ministro das Obras Públicas e Transportes, por parte de outro arguido, Lopes Barreira, co-fundador com Armando Vara, da polémica Fundação para a Prevenção Rodoviária e que levou ao afastamento de Vara do segundo Governo de António Guterres.
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“José Sócrates conhecia o assunto”
Numa síntese constituída por 30 pontos, os juízes descrevem o apoio que Armando Vara e o seu amigo, Lopes Barreira, deram ao empresário Manuel Godinho. E revelam, entre outros factos, que “no dia 10 de Abril de 2009, Lopes Barreira, visando ostentar perante Manuel Godinho o exercício do seu ministério de influência ancorado na sua capacidade para influir decisores, comunicou-lhe que iria ter um almoço com Ana Paula Vitorino e que lhe havia feito notar que o presidente do conselho de administração da Refer [Luís Pardal] constituía um estorvo, aduzindo até ao conhecimento que Armando Vara, Mário Lino e José Sócrates tinham do assunto”.
Acerca do pretendido afastamento de Ana Paula Vitorino do primeiro Governo de José Sócrates, os três juízes destacam que “Lopes Barreira reiterou-lhe [a Manuel Godinho] tal propósito, ao mesmo tempo que expressou a sua estranheza pela manutenção em funções de Ana Paula Vitorino, na medida em que José Sócrates criticava o seu comportamento e Ana Paula Vitorino criticava o de Mário Lino”.
Segundo os juízes destacam no mesmo acórdão, “Manuel Godinho compadeceu-se com a atitude de José Sócrates, pois a saída de Ana Paula Vitorino acarretaria ainda mais problemas à governação”.
“Armando Vara e Lopes Barreira contactaram Mário Lino, transmitindo-lhe que a Refer prosseguia o seu comportamento lesivo da ‘O2’ nos concursos e nas consultas públicas de adjudicação de contratos de compra e venda e de prestação de serviços na área dos resíduos”, refere o acórdão. “Mais o procuraram persuadir da conveniência em destituir Luís Pardal das suas funções de Presidente da Refer em superar a contenda entre esta e a ‘O2’ [empresa de Manuel Godinho].
“Mário Lino contactou Luís Pardal dando-lhe conta que lhe havia chegado a informação que a REFER continuava a prejudicar a “O2” nos concursos e nas consultas públicas de adjudicação de contratos na área dos resíduos”, explicam os magistrados.
“Urgiu-o a modificar o comportamento da Refer com a ‘O2’, mormente a procurar a resolução do contencioso que as opunha, tendo-o, a este propósito, induzido a aceitar uma reunião com Manuel Godinho”, ..."
Obviamente, Sócrates foi uma vítima deste - mais este, aliás… - processo, vendo, de forma infame (mais uma vez, também), o seu nome ser abusivamente utilizado por terceiros (Vara e até membros do seu governo, inclusivamente) como expediente para atingirem os seus criminosos objetivos.
Aliás, se alguém sai prejudicado pela destruição das célebres escutas, esse alguém, é o próprio Sócrates. Enquanto a sua destruição permitirá sempre alimentar especulações, a divulgação das mesmas, permitiria a todos constatar que ele, Sócrates, nada sabia...
Um momento de psicanálise…
"Sócrates processa João Miguel Tavares"
“José Sócrates ameaça processar a Sábado”
"José Sócrates nega pressão a director do Público"
“José Sócrates decidiu processar o Rui Tavares”
“Sócrates processa os jornalistas do Público José Manuel Fernandes, Cristina Ferreira e Paulo Ferreira.”
José Sócrates ameaça processar quem “abusivamente invocar o seu nome”...
Olhando ao padrão de comportamento / reação de Sócrates, quando confrontado com “acusações torpes” com que o “jornalismo de sarjeta” e outros “pulhas”, recorrentemente, enxovalham o seu bom nome, fica uma pergunta:
Porque será que Sócrates ainda não processou Vara e outros envolvidos que usaram o seu nome?!
A explicação só pode ser uma: para os amigos, o “animal feroz” tem um coração de manteiga…
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