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Fábio Seixas¹ feat. Gilmar R. Silva²
Uma palavra, dez palavras, 140 caracteres, uma foto, um vídeo, um link, às vezes, apenas uma letra ou um emoticon. Basta isso para se fazer existir no universo do micro-blogging. Basta apenas um suspiro de idéia transformada em pequeno texto e compartilhado com o mundo através de qualquer-que-seja-o-dispositivo-eletrônico-à-sua-frente. Basta um mini- insight e uma janela para a web.
É assim que acontece o micro-blogging, que nada mais é do que uma faceta diminuta de um blog tradicional, onde, ao invés de elaborarmos longamente nosso conteúdo, simplesmente cuspimos o que passa por nossas mentes sem antes criticá-lo. Micro-blogging é como blogar numa casca de nós, cabe muito pouco e ainda assim cabe muita coisa.
O Twitter foi o precursor, aquele que definiu o conceito, as novas possibilidades e a nova forma de irrigar o mundo com conteúdo. Permitiu que uma verdadeira legião de programas, sites e mash-ups pudessem proporcionar formas diferentes de publicar e interagir com a quantidade colossal de mini-conteúdos já disponível nesse pequeno, e crescente, universo. Já se percebe que ao redor dessa plataforma se forma uma economia própria, onde ela própria é o início e o fim, o meio e o objetivo.
Febre recente que ainda nem atingiu o mainstream e que ainda irá pegar o mundo de jeito, seja quando você entrar na sua cozinha e sua geladeira twittar uma idéia de receita para o jantar ou quando seu namorado te pedir em casamento publicamente. Bem, isso já nem é algo inédito.
No início, você dirá que micro-blogging é algo bobo e idiota, algo sem sentido. Normal. Nove entre dez pessoas pensam assim ao ver o Twitter pela primeira vez. Mas não se acomode, em pouco tempo irá perceber o poder dessa plataforma.
Mesmo Evan Willians, o criador do Twitter, não se deu conta do poder de sua ferramenta ao criá-la. Em seu lançamento, o site do passarinho azul trazia a pergunta “O que você está fazendo?” Respostas como “estou indo para a academia” ou “Estou brincando com meu cachorro” eram comuns ( e ainda são ) entre os usuários. No entanto, hoje lemos no site a seguinte pergunta “O que está acontecendo ?” E a troca da pergunta faz toda diferença, sobretudo para os jornalistas, que ao seguirem os chamados "nós de conhecimento" do conectivismo, ou seja, pessoas antenadas, em destaque ou inovadoras nas mais diferentes áreas, aumentam suas chances de obter boas informações.
Porque de nada vale aos jornalistas seguirem aqueles que ainda vêem o Twitter como uma ferramenta para postar o que comeram no almoço ou algo do tipo. Esse é o espírito do “O que você está fazendo?”, dispensável para o jornalismo. Cabe ao jornalista seguir as pessoas certas, aquela que realmente vão lhe dar pistas e dizer o que está acontecendo de novo, interessante ou importante no mundo.
Agora escolha a sua interface para esse mundo, monte sua rede de seguidores e comece a truncar seus pensamentos em frases de até 140 caracteres.
* Originalmente publicado no e-book “Para Entender a Internet”.
¹ Fábio Seixas é empresário e analista de sistemas pela PUC-Rio. Possui 13 anos de experiência em projetos e empresas de Internet, já tendo passado por empresas como iBest, Comunique-se, Tessera Internet e WeShow. Foi um dos criadores do Prêmio iBest e fundou sua primeira empresa de comércio eletrônico em 1997. Atualmente é sócio-diretor da Camiseteria.com
Twitter: @fseixas
² Gilmar R. Silva é Jornalista especializado em cultura digital e Educador em Áudiovisual, Novas Mídias e Cibercultura. Owner da Laranja Pontocom e entusiasta da cultura pop, da cultura digital, da cultura livre e da cultura DIY(faça você mesmo).
Twitter: @Gilmar_