Marketing com algo a mais
Jornalismo

Marketing com algo a mais


Campanha do Estadão para atingir leitores de blogs



por
Armindo Ferreira *



Eu entrei na faculdade de jornalismo em 1998. Na época trabalhava com informática, mas já me via no futuro trabalhando com pessoas e não com máquinas. Aprendi a mexer com computadores com 10 anos de idade, programando em Basic. De forma que poderia naturalmente ter ido fazer, por exemplo, Ciências da Computação.
Mas como passei muito tempo viajando em uma atividade social jovem que fiz parte, aprendi a gostar de pessoas e das histórias das pessoas. Histórias de vida, sabe?

Então entre o computador e o jornalismo, lá fui eu a me intrometer a entender de lead, redação, pauta e todo o resto. Acabei sendo o estudante de jornalismo que mexia com informática. Foi assim que consegui meu primeiro estágio numa empresa ponto com em 2000. Era o Evanguarda.com da afiliada da Globo/Vanguarda, em São José dos Campos/SP. Depois acabei passando do eletrônico para redação da TV, onde fiquei por mais de sete anos pulando de afiliada em afiliada pelo interior do Estado de São Paulo, e enfim no SBT onde encerrei por assim dizer minha carreira de jornalista de TV.

Eu lembro que estava um dia na redação e minha editora-chefe falou que eu tinha que editar uma reportagem sobre uma mega operação da Polícia Federal, e que teria que colocar imagens e informações de sete estados em um único VT de 1:40 com cabeça e passagem. Depois daquele dia me dei conta que algo estava errado. Que não dava pra viver contando histórias assim. Nesse meio tempo estava terminando meu MBA em Marketing e achei que finalmente tinha descoberto minha praia.

Profissionais de marketing precisam ser analíticos, ter boas sacadas, entender do comportamento humano e de tendências, ter sangue frio, visão global das coisas. Captou a mensagem? São praticamente os mesmos atributos que um bom jornalista deve ter, mas com conhecimentos extras sobre como o mercado se comporta e outras técnicas mais.

De forma que lá estava eu no meio do marketing, mas com um diferencial enorme: eu já era jornalista. Hoje eu tenho a mesma motivação que eu tinha por um texto de telejornalismo bem escrito e com imagens lindas, ao ver a vitrine de um cliente bem arrumada e os resultados no caixa aumentando cada vez. Converso com clientes, vendedores, amigos publicitários, meus alunos na faculdade e conheço muito mais histórias de vida do que se estivesse ainda numa redação.

E não caia nessa de que o marketing é do mal, que faz as pessoas consumirem mais do que deviam. Como em toda profissão, inclua aí o jornalismo, existem bons e maus profissionais. E na verdade o marketing garante o emprego de muita gente, mas esse papo é pra outro dia.
Mas vale ressaltar que no mundo de hoje o jornalista não precisa necesariamente de um veículo de comunicação para trabalhar, isso porque pode ser dono do seu próprio meio, seja através ele um blog, um site ou sua página do Twitter.E entender o bê-a-bá do marketing é fundamental, seja para promover seu trabalho quanto para criar não só uma forma de expressar como também ser remunerado por conta disso. Estudar seu mercado, entender o leitor e as formas de patrocínio, serão habilidades fundamentais para o jornalista-mídia-empreendedor, ou pra abreviar o jornalista 3.0.

Foi assim que eu juntei meus conhecimentos de informática, de jornalismo e marketing e montei uma empresa que ajuda outras empresas a se comunicarem melhor usando estas três ferramentas. Então como se diz no Twitter hoje, #ficadica e vá buscar seu diferencial no mercado.


* Armindo Ferreira é jornalista, proprietário da agência Cruz e Ferreira e organizador do SMVP



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