Jornalismo
Agarra que é "fassista"!
(Nota introdutória: um dia que sentisse o meu posto de trabalho em perigo, escrever algo assim, daria um bom alíbi para depois dizer que estava a ser perseguido politicamente... )Pela mesma razão que o canal Benfica não é o sítio mais adequado para aqueles que pretendem revisitar os maiores êxitos desportivos do F.C. Porto, nunca, com esta comunicação social, um governo da área da direita terá boa imprensa!
Os briefings nasceram porque se dizia que este governo "não comunicava / comunicava mal", que era / é um desastre a explicar medidas, blá, blá, blá.... Os "especialistas" do governo lá pensaram numa fórmula para ir mais de encontro a essas críticas e (tentar) dar de si uma melhor imagem - nasceram os briefings.
Agora, garantidamente, já comunicará mais qualquer coisa... mas, sejamos claros, o que interessa às redacções e aos Srs. jornalistas difundir, está nos antípodas do que este governo quer comunicar! O problema não reside na mensagem ou na forma como esta é veiculada, o verdadeiro problema comunicacional entre emissor (governo de “direita”) e receptor (jornalismo), decorre da incompatibilidade ideológica entre ambos!
Note-se o caso presente: num país onde o jornalismo luso conviveu sem grande indignação com o que abaixo se descreve (aliás, essa personagem até veio a tornar-se ilustre comentador), que razões substantivas - para lá da "repulsa ideológica" - podem levar o Sr. Mascarenhas a contemplar Maduro & Lomba, com o epiteto de fascistas?!
Se estes são fascistas, por uma questão de escala, outros, o que serão... o anti-cristo?!
Daria um excelente "Escândalo!", se fosse para malhar na Direita....
«[Octávio Ribeiro] Quando começo a ter acesso a algumas das escutas do Face Oculta apercebo-me que não era só a TVI que ia ser comprada. O CM também. Houve uma fase negra em Portugal em que, com o apoio da banca, se ponderou fazer grandes negócios na comunicação social que não visavam o objecto de negócio, mas sim mudar direcções e silenciar. O que pensa de Sócrates?Entre 90 e 91, ao fim-de-semana tinha RTP e durante a semana Semanário e RR. Nesta altura, António Guterres apresenta-me uma jovem promessa. E, de facto, ele tinha um estar que contrastava: não usava gravata, dizia palavrões, era pouco mais velho do que eu e trabalhava imenso. Já como líder do PS faço-lhe a entrevista que antecede a queda de Santana Lopes, com o título: 'O PS está pronto para governar'. Logo a seguir dá-se a decisão de Sampaio. Numa primeira fase conversávamos muito, trocávamos impressões de forma aberta, ainda eu era director-adjunto.
Em 2007 ele faz-me um convite que achei que o primeiro-ministro não podia fazer.
Que convite foi esse?
Para substituir o José Eduardo Moniz na TVI. Ele diz que não sabia de nada do que se estava a passar, mas em Fevereiro fez-me esse convite. Quatro meses antes. Disse-lhe que não estava disponível e a relação acabou.
Sócrates quis dominar a comunicação social?
Completamente. Tinha essa vertigem. Denunciei isso muitas vezes em editoriais. Uma vergonha. Não é um democrata. É um tipo colérico quando é contrariado. Depois desse almoço na Travessa - e uma coisa estranha é que o restaurante estava cheio, mas todas as mesas à nossa volta estavam vazias, portanto presumo que ele não marcava apenas uma mesa, mas um quadrado -, acho que nunca mais falámos.» "
Como é fácil de entender, há luz do critério esquerdista das redacções lusas, o conteúdo da entrevista não tem relevância jornalística, sendo mesmo inoportuno... ainda mais num momento em que as redacções apostam, como nunca, em incutir no cidadão tuga a ideia de que a culpa da crise em que o País está mergulhado é de Passos & Gaspar. Imagine-se a mesma entrevista, mas com o nome "Relvas" em vez de "Sócrates"... teríamos abertura de telejornal, semanas a fio que culminariam com 1 - 2 Milhões na rua a pedir a demissão do governo.
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