Ainda o encontro da Aula Magna…
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Ainda o encontro da Aula Magna…



(Em complemento deste post, “O espírito de Salazar esteve na Aula Magna.”)

Já lá vai um tempo, desde que Mário Soares e a “esquerda” que o acompanha, perceberam que a chave para a queda do governo está "na rua". Desde então, não há intervenção pública sua em que o tema da violência e da agitação, não estejam presentes.


 
"Por muito menos que isto foi morto o rei D. Carlos"
Jornal i, Abril de 2013


Muitas vozes “à esquerda”, têm negado que exista um “apelo à violência” nestas iniciativas (e de facto, não existiu um incitamento explicito), mas, alguém acredita que é inocente esta ideia recorrentemente transmitida afirmando que a ocorrência de actos de violência seria algo "natural" e legítimo, nas actuais circunstâncias?

Estivessem os papéis invertidos (ps no governo e psd na oposição) e uma figura de direita viesse dizer as coisas que Soares diz, teríamos a comunicação social inundada de “virgens ofendidas”, jornalistas e comentadores, indignados com a linguagem imprópria para uma democracia ocidental, com a irresponsabilidade de inflamar uma situação que, já de si, é um “barril de pólvora”, blá, blá, blá…


O “Com Jornalismo Assim, quem precisa de Censura”, mostra-lhe o que nunca verá no telejornal e orgulha-se disso!

Felizmente existe o Google, porque, se formássemos opinião apenas pelo que passa nos telejornais e vem escrito nas manchetes... Em 2010, quando começaram a ser tomadas medidas de austeridade do governo de Sócrates, a contestação na rua começou (o ano de 2009 foi de feição para os funcionários públicos...). Qual era a posição de Soares sobre o assunto? 
 
Abra o link (video) seguinte, e observe o que tinha o chefe do clã socialista a dizer sobre dois temas centrais da actualidade: por um lado, o efeito das políticas de austeridade, por outro, o que Soares achava daqueles que fomentavam greves e manifestações, em oposição às medidas do governo PS de então:
 
"[em 83] Fui capaz de retirar o 13º mês! Eu fiz porque era indispensável fazer! E foi isso que deu o boom, que veio a seguir, nos governos quando entramos para a Europa!..."
 
É muito simples, caro cidadão: a austeridade de Soares - a austeridade socialista -, é expansionista (repare no orgulho de Soares quando refere o seu feito), são cortes "fofinhos"... já a austeridade "de direita", essa é maléfica, recessiva, e pode conduzir-nos de volta à ditadura...

Mais do pensamento de Soares...

 
"Comecem a fazer greves, a pedir mundos e fundos - que não podem ter, ninguém lhes pode prometer -, que vamos parar... olhe, vocês vão ver onde é..."
 
Em resumo: se for o PS a governar, resignem-se; se for o PSD, revoltem-se…
 
 
Jornalistas e redações, continuam a venerar o Sr. Soares, mas em função desta total incoerência não é legítimo concluir que estes eventos – que contam sempre com uma generosa cobertura mediática - são, essencialmente, autêntica guerrilha política e têm como principal propósito político, promover a contestação na rua?

Voltando as “mundos e fundos” que se reuniram na Aula Magna - seria mesmo a “defesa da democracia”, a defesa dos “mais pobres e desfavorecidos”, que esteve ali em causa, ou seria a resolução dos “seus próprios” problemas?


Sobre o jornalismo português, a tristeza habitual… sempre tão atentos e vigilantes em relação a contradições de Passos, Cavaco, Machete (enfim, desde que seja “de direita”...). Sempre a escrutinar cada frase e a “esgravatar” intervenções anteriores em busca de contradições para que os cidadãos possam ver às 20h no telejornal, mas, em relação a políticos “de esquerda”, aquela subserviência e passividade habitual…
 
Interroguem-se: porque será que os telejornais nunca mostram o que dizia Soares quando era PM (com o FMI) ou as posições que defendia quando o governo de Sócrates inaugurou a “era da austeridade”? 
 


A narrativa, não podemos comprometer a narrativa! Não vá o cidadão começar a pensar pela sua propria cabeça...
 
Esta é a grande brecha do jornalismo português - a falta de isenção. E nenhuma democracia pode ser saudável sem uma comunicação social independente e ideologicamente imparcial.
 





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