Jornalismo
Muito além do Rádio Convencional
Home page esperta do Programa Trip FM, transmitido em 480 cidades brasileiras
por
Alexandre Potascheff *A criação do rádio e a realização de transmissões radiofônicas revolucionaram a comunicação no início do século 20 e, durante muitos anos, o rádio foi um dos principais meios de informação e diversão da sociedade.
Hoje, com a criação e popularização da internet, existe um questionamento sobre o futuro do rádio e da televisão. A meu ver, assim como o rádio sobreviveu à disseminação da televisão, ambos têm tudo para continuar atuando como importantes ferramentas de comunicação.
Mais do que isso, a internet pode e deve funcionar no sentido de promover e ajudar a construir a programação da rádio.
Se antes a abrangência de uma rádio se limitava ao poder de transmissão de sua antena, ao alcance de suas ondas de rádio, hoje ele pode ser “sintonizado” em qualquer local do mundo, desde que sua transmissão aconteça, também, via internet.
Se antes os ouvintes tinham que passar horas pendurados ao telefone para pedir sua música favorita, mandar perguntas a seu ídolo, ou mesmo participar de promoções (algo frequente no universo do rádio), hoje eles podem usufruir da internet para facilitar esse contato. E as rádios devem aproveitar essa facilidade para criar mais canais e aprofundar a comunicação com seu público, que deve participar e colaborar ativamente na construção do conteúdo.
A internet é uma excelente ferramenta de comunicação. Ela aproxima pessoas que compartilham interesses, ideias e paixões e abre um importante canal de conversa tanto entre essas pessoas quanto entre estas e as empresas. Cabe às últimas aproveitar essa via e estimular a colaboração de seus consumidores para aprimorar seus produtos e serviços. Em relação ao rádio, seja ele convencional ou on-line, não é diferente e a equação é simples. Quanto mais a rádio promove a participação do público, mais esse colabora com seu conteúdo e mais adequado ele fica à sua audiência. Se antes era necessário fazer pesquisas de opinião pública, hoje ela está aí, à disposição de quem quiser acessá-la.
Vale citar aqui um importante segmento que nasce do casamento entre rádio e internet, que são os podcasts e rádios on-line. Se antes, para ter uma rádio, era necessário uma concessão pública, hoje você pode criar com muito mais facilidade uma rádio virtual, on-line, e produzir seu próprio conteúdo¹. E esse é um mercado que cresce rapidamente. Hoje muitas marcas criam em seus sites canais de áudio, com programação similar às rádios convencionais, mas que englobam notícias sobre a empresa, promoção de seus produtos e programação musical alinhada à imagem da marca. Esses canais podem funcionar como uma rádio convencional, com o conteúdo sendo transmitido via streaming, através do qual o internauta acessa a rádio on-line e escuta seu conteúdo à medida que ele é transmitido, ou no sistema de podcast, com o conteúdo sendo disponibilizado para download e atrelado a um feed RSS.
Assim, rádios e profissionais deste meio devem olhar a internet não como uma inimiga, não como uma ameaça, mas como uma aliada. Aliada que pode auxiliá-los a levar sua programação mais longe, a torná-la mais adequada ao seu público e a expandir sua atuação para além da transmissão radiofônica.
Os aparelhos podem mudar. A tecnologia de transmissão de dados pode ser outra. Mas o formato do conteúdo vai perdurar. Modificado pela colaboração do seu público, mas com a mesma essência que encanta os ouvintes há mais de cem anos.
¹ Embora a questão dos direitos autorais na internet ainda seja complicada e engatinhe, não esqueça de ficar atento!
* Alexandre Potascheff é Editor do programa TRIP FM
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