Se Cavaco fosse de enviar sms intimidatórios a jornalistas, seria um político mais popular entre as redações da capital?
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Se Cavaco fosse de enviar sms intimidatórios a jornalistas, seria um político mais popular entre as redações da capital?


 

Nas últimas semanas, tornou-se evidente uma das linhas mestras da estratégia política definida por Costa: malhar em Cavaco Silva e capitalizar votos à custa da “má imprensa” que rodeia o ainda PR. 

 “Costa. A troika em Portugal agora chama-se Portas, Passos e Cavaco”

 
“…esta legislatura tem sido devidamente esticada [por Cavaco, leia-se] para que este Governo, à última da hora, possa fazer tudo aquilo que em desespero está a procurar fazer”.

 

Mas esta nova estratégia socialista, como em tantas outras situações, apoia-se em dois sólidos pilares: a falta de memória dos portugueses e a cumplicidade dos media para não fazer perguntas incómodas que desmontem a narrativa da ocasião.


Já todos esqueceram que, em Julho de 2013, Cavaco Silva colocou nas mãos do PS a possibilidade de realização de eleições em Setembro de 2014? Pena que nenhum jornalista se recorde disso e coloque a Costa a questão “Não foi um erro o PS ter recusado essa proposta?”


Foi o PS de Seguro - correção, o PS de Soares, Almeida Santos, César, etc.. – e a rejeição do célebre acordo com a maioria psd/cds, que afastou o cenário de eleições antecipadas em Portugal. Foi há menos de 2 anos.


Suspeitou-se então e percebeu-se mais tarde, os “donos do PS” nunca deixariam Seguro chegar a PM por ser um “corpo estranho” (outra circunstância que nunca despertou a curiosidade das redações…) aos legítimos donos da república socialista portuguesa.



Um socialista é sempre uma vítima dos malfeitores da “direita”…

Para finalizar, os mesmos que não quiseram a via para eleições antecipadas - num período que lhes seria bem mais favorável -, ainda têm a lata de acusar quem lhes deu essa possibilidade de “esticarem uma legislatura”, insinuando a existência de motivos obscuros que “alguém um dia perceberá” mesmo quando esse ato eleitoral se vai realizar dentro do período previsto na lei e há semelhança de muitas outras legislativas no passado.


Num país civilizado, em vez de colaborar, uma comunicação social "a sério" estaria a desmascarar estes estratagemas manhosos. Por alguma razão, não saímos da cauda da Europa… (para já, valha-nos a Grécia!)




PS 1: Se, em vez de alguns meses, Cavaco Silva tivesse mais tempo de mandato pela frente, Costa nunca assumiria semelhante ataque (atitude, diga-se, tipicamente portuguesa… é “de homem” só afrontar alguém quando se tem a certeza que o seu poder está perto do fim).   

PS 2: Ao contrário do que possa parecer, não sou especial fã de Cavaco. Um doa maiores responsáveis pelo
regime centralista que por cá vigora.
 
 



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