Conto de crianças Vs Governos tontos. "Só os burros é que não mudam!"...
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Conto de crianças Vs Governos tontos. "Só os burros é que não mudam!"...



Há 4 meses, António Costa referiu-se à vitória do Syriza nas eleições gregas com expressões como "um sinal de esperança" ou sinal de "esgotamento das políticas de austeridade".

Ao mesmo tempo e em relação à mesma vitória do Syriza, o atual PM pronunciou-se da seguinte forma: 


“Pedro Passos Coelho apelidou de "conto de crianças" a ideia de que "é possível que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de os seus parceiros garantirem o financiamento sem contrapartidas".”


Como se recordarão, a propósito deste “conto de crianças”, a agenda mediática encheu-se de indignação pelas “aberrantes” declarações Passos. Oposição e comentadores do costume, logo reduziram o conteúdo daquela reação a um conjunto de tiradas que se podem encontrar neste “artigo-guião” de Isabel Moreira e do qual se transcrevem algumas frases tocantes:

“…
Como é possível Passos não ter sentido de estado algum, o mínimo que seja?

Como é possível Passos não perceber que está a falar de um povo em chagas de tanto sofrimento após uma receita falhada?

Como é possível Passos não perceber que o que aconteceu e o que acontece na Grécia tem a ver com Portugal?

Como é possível Passos não ter qualquer espírito patriótico?

Como é possível Passos ser tão ignorante?

Como é possível Passos resumir a escolha de um povo a um conto de crianças alinhando num objetivo perigoso e estúpido de isolar a Grécia?

Diz lá, Passos. Como és possível?”



Sábado (23 de Maio), Costa dá uma entrevista ao Observador. Referindo-se à atuação do Syriza  no contexto da negociação com as instituições europeias, diz: 

“Temos de travar um combate na UE de forma inteligente, não de forma tonta como o Syriza


Se está à espera de ver aqueles que se indignaram com o “conto de crianças”, voltarem às televisões, rádios e jornais, revoltados com estas declarações, desculpe, mas é um tonto…



Recordar, sobre Costa e Syriza, o que se escreveu-se por aqui no passado mês de Janeiro:
 
"Sem sombra de oportunismo

Enfim, daqui a 3, 6 meses, veremos o que esta nova era do "fim da austeridade" trará e se Costa mantém esta colagem ao Syriza...  
 
...
 
Quem apenas veja telejornais e tenha fraca memória (uma vasta maioria de portugueses, infelizmente...), nem se lembra o que o último "Messias anti-Austeridade", conseguiu: é graças a Hollande que a  extrema direita francesa lidera as sondagens. 
 
Daqui a uns meses veremos se Tsipras e o Syriza ainda são entusiasticamente citados pelos socialistas. Ou, tal como sucedeu com Hollande, se a realidade e, principalmente, a circunstância de o eleitorado identificar esses "ex-Messias" como os novos símbolos de desilusão, ditará o seu varrimento para debaixo do tapete...
 
 
Votos de Boa Sorte ao povo grego... bem vão precisar dela."




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