Jornalismo
Mais páginas verdes
Wanildo Alves Júnior. Baixista, cantor, compositor, poeta, dançarino e piadista. Uma pessoa efusiva, membro por excelência da equipe jornalística que aqui vos informa e provoca. Eis que mais uma entrevista é realizada, dessa vez, diretamente dos bastidores do meio artístico. Confiram.
SE: Antes de falar sobre sua relação com a Dr Xote, queria que você falasse um pouco sobre suas influências musicais.
W: Bom, antes de entrar para o forró, eu vinha de uma vertente mais rock. Já tive algumas bandas, mas elas nunca vingaram num circuito mais comercial. Vê-se que sou bastante eclético, portanto cito algumas de minhas influências: Ana Carolina, Alceu Valença, Guns'n Roses, Jimmi Hendrix, Luiz Gonzaga, Falamansa, entre outros.
SE: Como ocorreu sua entrada na banda?
W: O vocalista, Clerinho, ligou para um baixista amigo meu, Thiago, convidando-o para entrar na banda. Thiago, por sua vez, estava impossibilitado e me indicou. E foi assim que tudo começou!
SE: Houve alguma mudança na escolha do repertório do início da Dr Xote até a sua fase atual, em que pode-se dizer que houve uma profissionalização da banda?
W: O repertório mudou no sentido de sempre estarmos colocando músicas novas, mas em relação ao estilo, nós sempre tocamos o que gostamos que é forró pé-de-serra alegre e de qualidade! Já as mudanças por conta da profissionalização ocorreram inevitavelmente. As parcerias começam, os cachês sobem junto com os gastos. A mídia começa a nos mostrar e aumenta a quantidade de shows. E, por consequência, nós, músicos universitários, passamos a encarar mais como trabalho do que como apenas diversão a banda.
SE: Atualmente notamos que o espaço do forró tem sido mantido durante todo o ano. Em algumas cidades, principalmente do interior, isso é mais forte. Nesse sentido, quais as maiores dificuldades de uma banda de forró universitária para entrar nesse mercado? Fale um pouco sobre a sua experiência com a Dr Xote.
W: Conquistar espaço no interior é um pouco mais difícil pelo fato de não estarmos lá presentes. Aqui, graças a Deus, já conseguimos um reconhecimento inicial muito bom. Mas no começo é muito trabalhoso: muitos shows e pouco dinheiro. Precisamos ainda passar por essa fase árdua no interior da Bahia, onde não conquistamos nada ainda.
SE: O que você acha da recorrência ao jabá, prática bastante polêmica dentro do cenário musical?
W: Concordo com o jabá. As rádios são empresas privadas que vivem obviamente do lucro e precisam receber pelos serviços que prestam. Infelizmente, os artistas iniciantes e de poucos recursos são prejudicados, mas aí já é responsabilidade do governo e do ministério da cultura.
SE: Como você analisa a diferença entre o forró de Luiz Gonzaga e os diferentes tipos de forró praticados hoje em dia?
W: Gonzagão é a raiz, a fonte que deu origem a essa enormidade de vertentes chamada Forró. O nosso estilo é bem recente, surgido no sudeste do país e popularizado pelo grupo Falamansa. É o chamado pé-de-serra universitário. Particularmente, acho o forró algo muito rico melodica e percusivamente e sou apaixonado por todos os seus estilos, desde Gozagão, até a nova onda nordestina do “Vaneirão” (Ex: Aviões do forró) e também o Calypso lá do norte.
SE: O São João está se aproximando e podemos notar um crescimento de uma ramificação do forró eletrônico, chamada “Vaneirão”, cuja musicalidade está concentrada nos metais e na bateria, ao invés dos tradicionais zabumba e triângulo, além do uso freqüente do duplo sentido (assim como o pagode em relação ao samba). O que você acha dessa preferência? Dentro disso, você nota alguma mudança no espaço do forró universitário, em geral, e da Dr Xote, em particular?
W: A história caminha. Os tempos mudam. O forró raiz foi fundamental e ainda hoje é muito importante, valorizado e escutado. Mas chega de ficar "só falando de Pelé e esquecer de Ronaldinho Gaúcho!!!". A música precisa evoluir e se adaptar às tendências contemporâneas e às exigências do mercado. O “Vaneirão” não troca zabumba e sanfona por bateria e guitarra, apenas une as quatro coisas e muito mais, modernizando o forró tradicional e criando um estilo empolgante, enérgico e bastante rico musicalmente! Quanto às letras, são exceções as de duplo sentido, mas também não tenho nada contra as que são, pois é humor, diverte! Não comparo o “Vaneirão” com o pagode, pois este último não possui qualidade nenhuma, em nenhum sentido, apesar de ser muito bom para dançar e para os momentos de descontração. O Dr Xote com certeza procura adaptar essas tendências atuais do forró para o xote universitário. Aviões do Forró está com certeza entre as nossas bandas preferidas!
SE: Qual o critério usado para a música de trabalho “Baianinha”? O que você acha fundamental numa composição musical que conquiste o público do forró universitário?
W: É uma música de um cara chamado kuki Malino, lá de Minas Gerais. Quando ouvimos, nos apaixonamos e de cara decidimos gravá-la. Acho que uma música tem que ter espírito, energia; e ela tem com certeza. Baianinha, além de tudo, é pra frente, animada, tem tudo pra fazer a gente ficar cada vez mais conhecido!
SE: Quais as cidades em que a banda se apresentará neste São João?
W: Não temos o calendário totalmente fechado ainda, mas algumas cidades já estão certas. Tocaremos em Santo Amaro, Itaberaba, Iaçú, Elísio Medrado, Riachão do Jacuípe, Coração de Maria, entre outras.
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